Marketing das redes

Marketing das redes
marketing politico
Pensar o mundo das redes pode fazer o diferencial no marketing, já que elas não nos ajudam a refletir e sim consumir.

*Por Didi Pasqualini

Tenho estudado a rotina dos produtores de “conteúdo” em uma rede social. O motivo foi tentar descobrir um método que espelhasse o sucesso daqueles que superaram milhares de seguidores e são classificados como "influencers''. O que pude perceber é que a comédia, crenças religiosas e sociais se inter-relacionam com o sucesso, mas não garantem visualizações. Alguém que, por exemplo, publica um lindo “card” animado dizendo que Deus vai prover pode ter menos views que aquele que reproduz um texto bíblico mal copiado. Neste caso, a estética não soma pontos, como no mundo das artes.

Outro ponto de análise foi aquilo que chamo de “dedos nervosos”, pagos por muitas empresas que buscam alavancar ou manter suas marcas em evidência. Mais uma vez a estética, o roteiro, pesquisa, argumento, etc. não me pareceram ser o diferencial. Vídeos muito bem produzidos têm menos visualizações que os de alguém que posta um garoto pedinte sendo colocado para fora do restaurante onde mendigava moedas e depois acaba salvando seu algoz, que se asfixiava com algo que comia.

Excetuando a “profundidade” de alguns filósofos, a comédia do tipo escrachamos todo mundo e que se f… também rende generosa audiência. Longos podcasts são lapidados e se transformam em pequenos trechinhos de poucos segundos que são postados em rede específica com potencial viral.

Muitos políticos, além de alvos, no desejo de aparecer, são “entrevistados” e se transformam em sparrings de luxo ao colocar sua reputação na lata do lixo. É importante analisar que a ocupação desses espaços pode ser feita por qualquer um, o que no passado era garantida a poucos e com certa norma. Mas, assim como antes, a audiência está ligada a um custo e local de produção. Raros são os podcasts produzidos fora do eixo São Paulo-Rio que têm grande visibilidade.

A elas pouco importam se o dono do podcast tem 1 ou um milhão de views, o que vale é a quantidade, já que o investimento e risco ficam por conta e sonho dos “influencers”.

Outra avaliação é a de que, por mais “bagunçado” que possa parecer um programa de sucesso, a produção ainda é o diferencial. Muita gente se aventura com uma câmera na mão e ideias na cabeça, achando que o aparente caos, tiradas legais, perguntas desconcertantes acontecem em “real time”. Roupagem profissional, se não garante, eleva a qualidade e traz audiência.

É plenamente possível conquistar a rede sozinho, mas penso que seja raro. Se propagandeiam “cases” de sucesso e isso engana muita gente que acredita que o sucesso é fácil.

Por fim, reconhecer algo - seja em qualquer plataforma - está ligado ao significado que as pessoas dão ao seu pequeno mundo. Saber ligar certinho este elo é o grande segredo.

** O autor é Jornalista, Redator Freelancer e Consultor em Marketing Político.

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