Candidato "consumível"
A sociedade escolhe o que vai comprar pautada por desejos de consumo que nos são despertados pelas mídias. Grosso modo, temos uma mecânica em questão: sucesso ou fracasso, isso aos olhos da alta ou baixa adesão a determinados produtos. A lógica do marketing é criar, desenvolver, produzir, propagandear e vender.
Na luta pela sobrevivência no mercado, os fabricantes expõem estratégias para reduzir as diferenças e, assim, padronizam o consumo em produtos do tipo light, diet; por embalagem, cor, sabor; em associação com o meio ambiente etc. Quem não enquadra o seu produto às tendências impostas dificilmente vende. Mesmo nos nichos que chamamos de "alternativos" há uma carga de marketing ideológica muito forte. Assim, forma e conteúdo vão produzir imagens na mente do consumidor, que serão gatilhos para a compra, aliados aos fatores econômicos, culturais, pessoais e psicológicos, que também devem ser vistos. Nas candidaturas, toda esta maquinaria, precisa ser levada em conta. É aí que entra o marketing político, que falamos com frequência. Tenho analisado muitas campanhas. As principais causas para o fracasso de candidaturas são o discurso saturado, retórica que não se enquadra aos desejos do eleitor, candidato que não tem uma assessoria que o ajude a vender melhor sua imagem, falta experiência emocional, visão de mundo limitada, baixa autoestima, dificuldade em manter relações sociais sólidas, medo de investir em novas informações ou coisas que não lhe agradem, etc. Não à toa que as campanhas estão cada vez mais parecidas, na forma e conteúdo, umas com as outras, e o mesmo ocorre com os discursos de candidatos e o posicionamento dos partidos. Pela padronagem das campanhas e a “imposição” explícita de que temos de fazer as mesmas coisas em rede, fica a dica: podemos fazer coisas iguais, porém de forma diferente, onde o parecido leve a outras interpretações. Há muito espaço para isso. Quem se habilita?** O autor é Jornalista, Redator Freelancer e Consultor em Marketing Político.