Desinformação, falsidade e marketing político

Desinformação, falsidade e marketing político
Na maioria das vezes a questão não é descobrir se é fato ou "fake", mas nossa predisposição em acreditar em determinadas ideologias.

*Por Didi Pasqualini

Lidar com a desinformação e notícias falsas talvez seja o maior desafio das eleições no próximo ano, maior que o arrastado debate sobre as urnas e o processo informatizado brasileiro.

Todo candidato - e a sociedade em geral - deve estar atento à questão. Hoje, nossa reputação em rede pode estar no limiar entre a verdade e a mentira, o escândalo e a glória, o sucesso e o fracasso, com apenas um clique.

Infelizmente, tendemos a acreditar em tudo que nos chega às mãos. Principalmente quando vem com a “assinatura” de um amigo. Nossa tendência a ser solidário e não questionar ajuda no processo, e, o que é pior, na maioria das vezes replicamos a (des)informação sem saber se é verdadeira ou falsa.

Marketing político
Se levarmos em consideração que seis entre 10 pessoas no Brasil usam o Whatsapp, e oito em 10, o Facebook, temos uma breve noção de como uma articulação maldosa pode causar estragos profundos nas candidaturas e na imagem de qualquer um. Tanto que nos buscadores as questões mais acessadas relacionadas ao tema são: como se "prevenir" contra e descobrir fake news.

As campanhas que contratam este tipo de estratégia de marketing precisam avaliar melhor se não vale a pena travar um diálogo mais produtivo com o eleitor, que por sua vez, está deixando de ouvir o político para acompanhar “influencers”. É o que podemos chamar de “liderança” moderna.

Há muito que a rede tem disputado com o político o diálogo com as massas. Hoje, as pautas mais incisivas estão nas mãos de influenciadores digitais. São eles quem agendam o que as bolhas devem consumir, pensar e até se comportar no ambiente social.

A performance dos candidatos e a maioria dos políticos se tornaram "chatas" por não saberem acompanhar o “time” das redes.

Somam-se a religião, universidade, ongs e tantas outras que no passado gozavam de credibilidade e respeito, hoje têm sua credibilidade abalada.

Candidaturas de sucesso nos dias que seguem não podem ser pensadas apenas no ambiente digital e sim em uma ideia pastoral.
** O autor é Jornalista, Redator Freelancer e Consultor em Marketing Político.

Postagens mais visitadas