Ação contra os 75 milhões
Tenho acompanhado as discussões sobre o empréstimo de R$ 75 milhões com que o prefeito Gustavo Perissinotto pretende "presentear" a população nas festividades de final de ano. São mais de 14 milhões de dólares, pelo flutuante câmbio atual.
A questão a ser respondida é: por que não se discute melhor o projeto com a sociedade? Contar apenas com 19 vereadores para a dupla missão, rejeitar/aprovar e analisar o projeto, não parece ser o mais indicado.
A grosso modo, o endividamento público acontece quando o administrador não consegue gerir as receitas ou ter poder de investimento, assim, recorre-se à concessão de crédito. Rio Claro vem, ao longo de sua história, contraindo empréstimos para manter serviços que a população demanda. O mais famoso ocorreu na década de 1980.
Vários estudos indicam que o endividamento traz resultados negativos ao desempenho orçamentário, e isso diminui drasticamente o poder de crescimento dos municípios.
Rio Claro tem sofrido com a falta de atratividade, nas últimas décadas. Enquanto diversas multinacionais, como Honda, Mercedes, Hyundai, entre outras, escolheram cidades próximas, o município não pegou carona neste crescimento e hoje oferece pouco a sua massa trabalhadora, principalmente a mais jovem. Com isso, sente mais a crise.
Mais que tartamudear aqui, é preciso urgentemente convocar entidades - como maçonaria, sindicatos, clubes, associações, ONGs, OAB, lideranças religiosas, partidos, etc. - para propor, se cabível, ação popular contra o empréstimo.
Os vereadores, ao que parece, não estão dispostos a barrar o projeto. Os que foram contra quando o ex-prefeito Juninho tentou a mesma prática, vão tentar justificar à população a necessidade de votar a favor. Vários textos que circulam pela rede mostram esta atitude e visão absolutamente personalista das coisas, para dizer o mínimo.
A realidade de uma gestão pública eficiente é influenciada pela escolha que faz o eleitor. Não se pode esconder que o brasileiro, eleição após eleição, tem deixado de lado esta precaução. É tempo de consertar isso, a cidade precisa de você. Não espere que outro faça, é preciso união para dar um basta nestas aventuras.
Afinal, qual a função de um prefeito, se não mudar para melhor a vida das pessoas? Asfalto, objeto do empréstimo, não vai produzir isso, não é “qualidade” de vida como se argumenta, compromete o futuro de sua cidade e o seu também. Passe este texto adiante, clicando aqui.