Pesquisa, marketing e empréstimo
A pesquisa é um dos instrumentos mais eficientes do marketing. Ela é uma ferramenta de aprimoramento e desenvolvimento daquilo que chamo de “coisas”.
O pesquisador deve seguir o que os números apontam, assim sua chance de erro é menor, pois depositamos credibilidade e integridade às relações de quem faz a pesquisa, de modo que não há margem para achismos, imposição ou atitudes obscuras. Também demonstra lealdade com os eleitores e mostra preocupação com o que a sociedade pensa. Decisões gerais por força de grupos revelam desprezo ao que o eleitorado tem como verdade. A pesquisa deve ser usada para resolver problemas que muitas vezes não são detectados por nosso “radar”. Algumas delas levam a entender aquilo que nem mesmo está no consciente da massa pesquisada. São estudos que buscam decodificar a cultura para entender certos fenômenos. Ela vai muito além da propaganda - alinha ideias e torna produtivos governos e instituições, levando também ao eleitor percepções que muitas vezes fogem ao cotidiano dele. Muitos políticos têm obtido sucesso ao entender que as pesquisas e o marketing precisam não só estabelecer a comunicação mais fiel com a comunidade, mas, acima de tudo, levar credibilidade. O prefeito Gustavo Perissinotto, o “preparado” - versão 2020 -, não passou por esta aula fundamental no tempo de “incubação” política. Se o tivesse feito, saberia que mais de 70% da população é contra o empréstimo que fez com o aval dos vereadores. Tive o cuidado de pesquisar isto em uma rede social; como não se trata de modelo científico, serviu apenas de pistas para este texto e tornou possível formatar o conceito. Perissinotto, o “preparado”, deveria encomendar pesquisa e nela buscar caminhos para solução de problemas. Perissinotto deveria saber que - no modelo de gestão que adota - vai jogar dinheiro fora, pois o problema da maior parte da malha asfáltica na cidade é a manutenção. O homem “preparado” poderia aprender com as concessionárias das rodovias e implantar técnica parecida. Elas se antecipam às infiltrações na capa asfáltica fechando micro trincas e rachaduras com piche, antes mesmo de se transformarem em buracos. A sugestão aqui é a de que o “preparado” caminhe por ruas que foram recapeadas mais recentemente, ainda quando ele era funcionário na administração do ex-prefeito Altimari, e note como o asfalto está trincado e apresenta rachaduras, sinais de que logo estará repleto de buracos. Perissinotto, que anunciou o fim das valetas em seu jornal "publicitário", quer ganhar notoriedade pela cosmética. Começou muito mal. Seu troféu - glória eterna de quem endividou mais um pouco o município - já está brilhando, pronto para ser entregue. O que o “preparado” vai fazer - para usar metáfora - é pintar sobre reboco velho para que o muro se pareça com um novo. O projeto agora entra na fase mais interessante, saber a empresa que vai tocar as obras. Precisamos ficar atentos para ver se deste couro não sai a correia. Por fim, é sempre bom lembrar que a rejeição ao político é como trinca no asfalto, começa bem pequena, quase imperceptível, e com o tempo torna-se um grande buraco.** O autor é Jornalista, Redator Freelancer e Consultor em Marketing Político.