Voto é percepção
Uma das tarefas mais refinadas no marketing político é o posicionamento. Também é uma das mais difíceis, principalmente no concorrido mundo em rede em que vivemos hoje em dia. Posicionar alguma ideia é fundamental para lançar todo tipo de produto. Na política, é como o eleitor vai enxergar seu candidato. Há duas percepções em questão, a primeira é como se deseja que a opinião pública veja, observe e analise um fenômeno; e a segunda é como ela realmente o vai ver.
Não paramos para pensar como as pessoas nos veem, apenas como achamos que nos mostramos ao outro.
Antes mesmo de planejar, é preciso saber que existe muita coisa a ser pensada para que este produto chegue às mãos do consumidor de forma pronta a ser vendido.
No marketing político, o que se vende é um candidato, e quem o vende é o cabo eleitoral, outro político, lideranças, simpatizantes, as mídias, etc. Portanto, ter um produto bem posicionado pode apresentar vantagens até daqueles mais conhecidos. Isso porque hoje as pessoas querem comprar algo que elas desejam, e este algo tem de estar posicionado em sua cabeça. Não há margem para que o agente político tenha de explicar e/ou fazer grandes explanações sobre aquilo que ele quer passar.
É sempre bom lembrar que a maioria de nós perdeu a capacidade de ouvir o outro, de escutar e sermos escutados. Tudo tem de ser bem curto, breve, e o mais próximo daquilo que o mundo agitado anuncia. Então, ao apresentar alguém, ele tem de estar posicionado na cabeça do destinatário.
Como indivíduos sociais que somos, nos comunicamos e, principalmente, nos orientamos pelas redes sociais. Porém é importante saber que nem todos na rede pautam as pessoas ou são objetos de expressão para as massas. Assim como nas mídias tradicionais, há os que se posicionam e são atrativos e os que não conseguem fazer interação com as massas.
Tenho aprendido com os "influencers" que qualquer coisa que valha a pena fazer deve ser feita, mesmo que de maneira equivocada. Quem tem medo de errar ou acertar sempre deve repensar sua participação no mundo digital, pois ele não é conservador, não é possível dominá-lo, e nossa imaginável perfeição dura somente até o próximo post.
Não sei se você vai concordar, mas candidaturas são como corrida de carros de longa duração. O piloto que vence nem sempre é, necessariamente, o melhor ou pilota um grande carro. Na verdade, nesta prova tudo vai depender das habilidades de outros pilotos e suas máquinas. Mas se houver uma pista "limpa" o melhor vai vencer. A eleição é assim, uma corrida de obstáculos. Se você se imaginar vencendo todos, é bem provável que não vença nenhum.
A eleição pertence àquelas pessoas que se posicionam, investem dinheiro, tempo, divulgação, bons vendedores e estrategistas. Poucos são os que conseguem burlar esta lógica.